sábado, 27 de junho de 2015

POEMAS

Não escrevo as palavras
Que tu gostas de ler.
Escrevo o que sinto
O que não podes ver.

Se tu lesses o que leio
Tu lias o meu íntimo,
Mas enquanto interpretas
Não sentes o que eu rimo.

Autor: Jordão Silva

sexta-feira, 26 de junho de 2015

MUNDO DE AFETOS

Eram três da manhã e no meio da solidão da noite ouve-se uma voz rouca chamando...
-Mamã!
Do fundo de um túnel, ecoam vozes como que chamando múltiplas vezes...mamã... mamã....
O coração estanca o sangue nas veias e saltando da cama, diz para o marido anestesiado pelo sono ainda profundo...
-Não foi ela que chamou?
-O quê?...
Levanta-se inconformada com o descanso interrompido pelas vozes, veste o roupão e por entre as sombras dirige-se para o quarto da sua, sempre, bebé.
-Não me ouviste chamar? Barafusta a menina como se de outra possibilidade não houvesse e o atraso fosse uma eternidade.
-Eu ouvi-te filha! Justifica-se a mãe.
O pai incomodado pela luz que provinha do candeeiro, revolve os lençóis e barafusta. O som atravessa o quarto como um trovão, ecoa pelo corredor assustando os demais.
-O que foi aquilo? Questiona a menina, ainda assustada pelas sombras no quarto.
-Nada. Deve ser o papá nos seus sonhos..., tranquiliza a mãe, afastando a ideia de um pai resmungão.
-Dorme querida, que amanhã tens escola.
Fechando os seus olhos, entrega na solenidade da noite e nos braços da sua mãe todo o seu descanso e todo o seu mundo.
E, desta forma, se constrói entre ambas um mundo de afetos.


Autor: Jordão Silva

OUTROS DEVANEIOS

Estava aqui perdido entre blogues esquecidos no nevoeiro do tempo e deu-me saudade dos tempos em que "blogar" era próprio de quem queria emancipar-se na escrita, no desabafo.
Entre prosas e poesias, pensamentos, devaneios e desabafos, espero encontrar quem os leia na certeza de que lerá por vezes um pouco de mim.
Os meus textos não são autobiográficos embora por vezes belisque momentos vividos, mas serão frequentemente biográficos no meu imaginário com vidas com vida que lhes darei.
Por vezes, a escrita dá vida à vida que não se escreveu em nós.
Voltem sempre!